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Pega Essa Dica: Bailarina (Spin-Off de John Wick)

“Bailarina” – Um Espetáculo de Ação com Alma, mas sem originalidade

“Bailarina”, spin-off do universo John Wick, chega aos cinemas com a promessa de expandir ainda mais o universo dos assassinos de aluguel, desta vez sob o olhar feminino e com Ana de Armas no papel principal. E se há um elemento que realmente brilha no filme, é justamente a entrega visceral da atriz. Ana de Armas se joga de corpo e alma no papel, trazendo intensidade, vulnerabilidade e, sobretudo, uma fisicalidade impressionante, especialmente nas cenas de ação coreografadas com precisão quase balética. As sequências de luta, misturadas com elementos de dança, são um espetáculo à parte e demonstram o comprometimento da atriz com o papel, elevando o nível do filme em diversos momentos.

Outro ponto alto é a participação especial de Keanu Reeves, que, mesmo com pouco tempo de tela, entrega exatamente o que os fãs esperam: carisma, presença e aquela aura inconfundível de John Wick. Sua aparição serve como um presente para os fãs da franquia, conectando “Bailarina” ao universo já estabelecido e trazendo um gostinho de nostalgia e continuidade.

No entanto, apesar desses pontos positivos, “Bailarina” tropeça em vários aspectos. O filme repete a já conhecida fórmula da franquia: paletas de cores escuras, abuso de luzes neon e cenários urbanos estilizados, mas sem trazer qualquer novidade ou frescor ao design de arte e à fotografia. O visual, que antes era inovador em “John Wick”, aqui soa cansativo e previsível, como se o filme estivesse preso a uma estética que já perdeu o impacto.

O maior problema, porém, está no roteiro. A trama central é rasa, pouco envolvente e não consegue criar uma conexão emocional com o espectador. O excesso de frases de efeito e diálogos artificiais torna a narrativa ainda mais distante, e o vilão, mal explorado e sem presença marcante, não oferece ameaça real ou peso dramático à história. Em vários momentos, as cenas de ação parecem estar ali apenas para preencher tempo, tornando o filme cansativo e menos fluido do que poderia ser.

A direção de Len Wiseman, que esteve afastado do circuito cinematográfico por anos (sendo mais lembrado por “Anjos da Noite”, de 2003, e alguns trabalhos em TV), demonstra certa falta de mão para conduzir um blockbuster contemporâneo. Falta ousadia, falta ritmo e, principalmente, falta personalidade.

No fim das contas, “Bailarina” deve agradar aos fãs mais fiéis da franquia John Wick e aos amantes de filmes de ação que buscam entretenimento descompromissado e cenas de violência estilizadas. Mas para quem espera uma história envolvente ou uma reinvenção do gênero, o filme deixa a desejar, apostando em excesso na fórmula já desgastada e esquecendo de inovar onde mais precisava. A Entrega e tentativa de Ana de Armas em elevar seu potencial de protagonista é nítido, mas espero que esse filme não a marque como um destaque em sua carreira, a atriz possui um grande talento a ser explorado em diversos gêneros e já provou ser uma atriz de calibre.

Veredito:
“Bailarina” é um espetáculo visual de ação, com uma protagonista brilhante, mas peca por falta de originalidade, roteiro fraco e direção pouco inspirada. Um prato cheio para fãs do universo John Wick, mas facilmente esquecível para quem busca algo além da superfície.

Distribuição: Paris Filmes

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